Prof. Franco Taboão da Serra – SP - Em uma aula de sociologia um debate com os alunos sobre o triste fim do PSDB


Prof. Franco Taboão da Serra – SP - Em uma aula de sociologia um debate com os alunos Conclusão

Aproxima se o fim do PSDB - É de se pensar como um partido que surgiu pensando – se em se colocar como uma alternativa ao antagonismo PFL/PT e ser uma terceira via se degenerou sendo absorvido pelo PFL, ter se tornado um partido de direita e no final de tudo, degenerado e engolido pelo bolsonarismo.

Tivéssemos uma vida acadêmica e uma ciência política menos preguiçosa, menos pernóstica e colonizada, isso daria um baita de um estudo de compreensão do quanto uma capilaridade partidária pode ser construída, mas também perdida.

É inacreditável como um partido que chegou a ter 6 governadores e nisso governando ininterruptamente um lugar tão heterogêneo e cheio de superlativos como São Paulo tenha chegado a esse ponto, e talvez tenha sido a sua fraqueza.

O PSDB no meu entender se degenera pois nunca criou uma linguagem plenamente brasileira, nunca se preocupou ou se acomodou nos paradigmas do Brasil no fim da ditadura miltar e de todo o século XX, que foi a centralização do pensar, ser, existir e sentir o Brasil a partir de uma realidade paulistocêntrica, Uspiana e Unicampista. É um erro por exemplo que seu irmão siamês, o PT, não cometeu: quadros como Jacques Wagner, Camilo Santana, Fátima Bezerra, Marcelo Deda, Mercadante, Palocci, todas essas figuras, independente do que for, são figuras construídas e possuem capilaridade e organicidade não só com o aparato paulista (não esqueçamos que a cúpula do PT está em São Paulo e o liberalismo de esquerda emanado do PT parte da mesma fonte acadêmica e teórica da USP/UNICAMP, que abastece o PSDB igualmente), mas são personagens que entranharam, viveram a vida pública de suas paróquias, tendo para si o discurso do bem estar social, o confronto aos poderes estabelecidos.

No PSDB, sinceramente, não vejo e nunca vi dessa forma. O PSDB sempre foi a cara, a voz e a boca do rentismo e da plutocracia, fazendo hoje o que o Partido NOVO hoje penso eu já monopoliza. Poderiam ter quadros fossem quais fossem, no final todos os caminhos e as rezas levariam para a Meca tucana, São Paulo. E era o caso de saber das fofocas desses bastidores paulistas, onde me parece que era norteado por Serra e Alckmin, que se odiavam, mas tinham um pacto bom para ambas as partes.

Aécio Neves, que considero um dos maiores responsáveis por tudo que nosso país vive hoje – no mínimo culpa grave – veio para furar a fila e romper o comadrio ali existente e no seu afã de ser presidente da República, não só atropelou Aécio e Alckmin, como me parece ter rompido o partido e causado a discórdia e no resultado que teve contra Dilma, quis chamar para si a condição de figura da oposição pelo desempenho em 2014.

Bancou ou pelo menos deu início ao golpismo de 2016 achando que ficaria por cima, mas depois foi chutado por esse processo todo e saindo de um jeito que teve muita sorte e certamente o natal de família não foi mais o mesmo diante da ideia de botar o próprio primo como laranja para depois queimar o arquivo.

Nesse vácuo de caciques do PSDB, Dória foi apadrinhado por Alckmin na ideia de renovar o PSDB, mas o remendo velho em vestido ainda mais velho e é claro que nada disso poderia acabar bem. Figuras como Alberto Goldman e Simão Jatene e o próprio Alckmin vendo a cobra que criou e lhe picou também passaram a não aceitar um penetra de festa e puxa saco chegar metendo o pé na porta e dando ordens à casa. Depois, foi a barrada de Doria no baile e essa tragédia com ares de comédia que o PSDB vive. Cavaram um buraco fundo para colocarem os outros, mas nisso o PSDB cavou o buraco para fazer armadilha, terminando eles próprios a serem vítimas disso.




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