Esta notícia foi postada em 17 de janeiro de 2017
Por RÔMULO FERREIRA do VERBO ONLINE
Apesar da autorização dada por um ministro do TSE para ser diplomado e tomar posse como prefeito de Embu das Artes, o suspeito de integrar organização criminosa Ney Santos (PRB) sofreu nova derrota ao ter negado nesta segunda-feira (16) segundo pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ney visou a liminar para não ser preso, por ter prisão decretada pela Justiça, réu por lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas comandado pelo PCC.
Foragido Ney Santos, que teve segundo pedido de habeas corpus negado pelo TJ por crimes de ‘alta gravidade’
Ney busca assumir a prefeitura, mas com a negativa ao habeas corpus será preso se aparecer. Ney está foragido há quase 40 dias, desde 9 de dezembro, quando promotores do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado) iniciaram buscas por ele na operação Xibalba (submundo governado por “senhores malignos”) e o denunciaram à Justiça. Caso seja preso e não consiga ser empossado algemado, Ney, que não tem curso superior, ficará preso em cela comum.
Caso seja autorizado a tomar posse, mesmo preso, Ney ficará em cela especial e terá foro privilegiado de ser julgado em tribunais superiores. Mas a expectativa é de que Ney não teria vida fácil, já que o processo iria ao TJ e teria como relator o desembargador Hermann Herschander, o que negou o primeiro habeas corpus em 19 de dezembro – não seria certa a soltura de Ney, ao contrário do prefeito de Osasco. Defesa deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.
Aliás, em uma manobra, a defesa de Ney tentou o habeas corpus no “plantão” do TJ para não cair para o relator julgar. Hermann escreveu que “a alta gravidade concreta dos fatos traduz a periculosidade de seus autores”. Ele acrescentou que a organização criminosa, embora “investigada há anos”, ainda mantém “a máquina de lavar por ela estabelecida”, disse. Outros advogados também foram usados pela defesa para parecer que não conheciam o outro habeas corpus.
No novo pedido de habeas corpus, a defesa alega a “incompetência” do juiz Rodrigo Godoy, da Justiça de Embu, “para julgar os crimes imputados na denúncia” e decretar a prisão de Ney e outros 13 réus – parentes e funcionários do foragido -, já que seria de responsabilidade da Justiça de São Paulo, “local em que teria ocorrido o maior número de crimes de lavagem do dinheiro”, e que o crime de falsidade ideológica em questão seria da alçada da Justiça Federal.
O TJ não aceitou, porém, as alegações da defesa de Ney, “meramente relativas”. “Ainda que, para argumentar, venha-se reconhecer incompetência relativa do Juízo de Embu, isso não acarretará a ilegalidade do decreto de prisão preventiva. Bastará que o juízo competente ratifique o decreto”, diz. A denúncia também não versa sobre falsidade ideológica, “mas tão somente um crime de organização criminosa e diversos crimes de lavagem de dinheiro”, decidiu ao negar liminar.
NOTA DA REDAÇÃO/CORREÇÃO – O nome do juiz de Embu que aceitou a denúncia do Ministério Público e mandou prender Ney Santos e outros 13 acusados é Rodrigo Godoy, correção já feita no texto acima.
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