O deputado estadual Geraldo Cruz (PT) teve aprovada uma emenda de R$ 200 mil para ser investida na saúde de Embu das Artes, mas o prefeito Ney Santos (PRB) agiu com descaso e não foi ao Palácio dos Bandeirantes assinar o convênio para obter o recurso, de acordo com o gabinete do deputado. Geraldo chegou a enviar ofício com comunicado ao prefeito sobre a verba disponível, mas Ney teria ignorado, porém, de forma “seletiva” – retirou de outro parlamentar.

Conforme apurou o VERBO, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) liberou R$ 300 mil em emendas neste ano para cada um dos parlamentares da oposição, entre eles o deputado Geraldo, que destinou R$ 200 mil (2/3 do total) para a gestão de Embu, para compra de equipamentos de saúde. De acordo com o deputado, o prefeito devia ter comparecido à sede do governo paulista no dia 31 de agosto, à tarde, para assinatura do convênio da emenda parlamentar.

Ainda de acordo com informações obtidas pela reportagem, Geraldo teve o ofício recebido pelo governo Ney dois dias antes, em 29 de agosto, na “recepção do gabinete do prefeito”. No documento, o deputado diz que o governo do Estado, por intermédio da Casa Civil, liberou emenda (de número 2017.239.001-3) que solicitou no valor de R$ 200 mil “destinada à aquisição de equipamentos para a área da saúde, tão carente em nosso município”, escreveu Geraldo.

Geraldo diz, ainda, contar com prontas providências de Ney para que a verba estadual chegue com rapidez aos postos de saúde, “minorando a espera nas longas filas e trazendo um pouco de conforto”. Mas a emenda não foi recebida. Contudo, o prefeito teria ido assinar emenda de R$ 90 mil destinada a Embu pelo deputado Gilmaci Santos (PRB), que apoia Ney em lançar a candidatura do presidente da Câmara, Hugo Prado (PSB), a deputado estadual em 2018.

Questionado pelo VERBO através da assessoria sobre não ter ido assinar convênio da emenda de Geraldo, Ney não se manifestou. Em junho em entrevista à reportagem, ele disse que não ia levar em conta rixa política na hora de viabilizar recursos pelo bem da população. “Sempre deixei claro que as disputas partidárias acabaram na eleição. Da eleição para cá, temos que unir as propostas, os projetos”, disse. Gilmaci também não respondeu sobre emenda para Embu.

Procurado pelo VERBO, Geraldo preferiu contemporizar a postura do prefeito, mas alfinetou Ney. “Não sei se ele não tinha agenda, se estava ocupado. Pode ser que ele acha que é pouco. Eu também acho. Mas é o que tem, o governo não liberou [emenda de R$ 1 milhão pedida], não tem como mandar mais. Pode ser que ele não esteja precisando. Mas a ideia era [destinar] para a saúde. Hoje, um dos problemas do Estado e da nossa cidade também é a saúde”, disse.

Geraldo disse que Embu ainda não perdeu o recurso. “Ele não foi ainda assinar, mas ainda tem tempo. A [Secretaria da] Casa Civil devolveu [a emenda] e está na liderança do PSDB. Já combinei com [o deputado] Barros Munhoz, que vai reencaminhar, e poderá usar ainda. Ainda não sei quando, mas sei que o dinheiro estará à disposição da prefeitura. Quando souber a data, vou encaminhar de novo o ofício para ele ir assinar e não perder. Espero que ele vá”, declarou.

Colaborou a Redação do VERBO ONLINE